A presidenta Dilma Rousseff encerra no próxim dia 23, em Montevidéu
(Uruguai), o ciclo de viagens aos países do Mercosul. No domingo (15),
ela segue para Assunção, no Paraguai, onde pretende anunciar o o novo
valor que o Brasil vai pagar pelo excedente da energia gerada pela Usina
Hidrelétrica de Itaipu. O Paraguai usa apenas 5% da energia a que tem
direito. O excedente é comprado exclusivamente pelo Brasil. O valor a
ser pago ao governo paraguaio passará de US$ 120 milhões para US$ 360
milhões.
Em Asssunção, Dilma também participará das comemorações do Bicentenário
da Independência do Paraguai. Na solenidade estarão presentes vários
presidentes da América do Sul e do Caribe e a expectativa é que Dilma se
reúna com alguns deles, disse o assessor especial para Assuntos
Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
As visitas aos países do Mercosul fecham o ciclo considerado
prioritário por Dilma que, quando tomou posse, avisou que a América do
Sul ocuparia lugar de destaque na política externa, assim como a questão
dos direitos humanos e o combate à pobreza.
No caso do Paraguai, a presidenta resolveu intensificar a campanha para
cumprir a promessa, feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
de reajustar o valor pago pelo Brasil ao Paraguai pela cessão de
energia da hidrelétrica binacional. A previsão é que o projeto de
decreto legislativo que aumenta o valor seja votado amanhã (10) à tarde
pelo Senado.
Porém, a proposta divide as opiniões dos senadores. Os governistas
defendem que o Brasil necessita de energia excedente da hidrelétrica e
que a população não será penalizada com o reajuste, pois os valores não
serão repassados aos consumidores. Mas a oposição levanta dúvidas sobre
os argumentos do governo.