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16 de março de 2015O mercado de trabalho brasileiro começou 2015 confirmando as previsões de estagnação. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão sinais de que o arrefecimento esperado chegou. Com a economia sem crescer, a previsão de analistas é que as demissões superem as admissões, aumentando a população desocupada nos próximos meses.
No trimestre encerrado em janeiro, a taxa de desemprego ficou em 6,8%, acima do registrado no mesmo período de 2014 – quando chegou a 6,4% – e do indicador referente ao trimestre anterior, de 6,6%. Após um vaivém em relação à metodologia adotada, a Pnad Contínua — mais abrangente e nacional — passa agora a ser realizada mensalmente pelo IBGE, em substituição ao modelo anual e à Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
O cenário de inflação e juros altos levará, naturalmente, o mercado a criar menos oportunidades. Em janeiro, por exemplo, o Brasil fechou mais de 80 mil vagas formais, o pior resultado para o mês desde 2009. As projeções para fevereiro são ainda mais desanimadoras para os trabalhadores. “Caiu porque o número de postos de trabalho foi inferior à capacidade de pessoas com idade ativa para trabalhar”, explicou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
A Pnad Contínua tende a mostrar um retrato mais fiel do mercado de trabalho brasileiro. O resultado de ontem mostra um ambiente de desemprego muito mais claro do que o captado em janeiro pela PME, que leva em conta apenas seis regiões metropolitanas do país: na leitura que deve ser substituída, a taxa de desocupação estava em 5,3%, 1,5 ponto percentual abaixo dos 6,8% observados no trimestre finalizado no primeiro mês de 2015 em todo o país.
A população desocupada aumentou para 6,8 milhões, de acordo com a Pnad Contínua. Na comparação com janeiro de 2014, houve um salto de 1,3 milhão de pessoas sem trabalhar, uma variação de 2,08%. Em maio, o IBGE divulgará uma edição mais completa da pesquisa, mas com os dados de ontem, adiantou o técnico do instituto Cimar Azeredo, já foi possível perceber um aumento substancial do número de pessoas procurando trabalho no Brasil.
Apesar da conjuntura ruim, a Pnad Contínua detectou um leve aumento do poder de compra real dos trabalhadores. O rendimento médio, divulgado pela primeira vez nessa pesquisa, ficou em R$ 1.795,53 no trimestre encerrado em janeiro, representando uma alta de 1% na comparação com os R$ 1.777,66 do trimestre concluído em outubro de 2014. O IBGE ainda não tem esses dados por atividade.
