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18 de abril de 2024Prestes a completar seu primeiro ano no comando da Câmara dos Deputados, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nunca mediu esforços para fazer valer sua vontade na Casa, mesmo que isso signifique pedaladas regimentais, manobras políticas e até o uso da estrutura do Legislativo em favor próprio. Grande conhecedor do regimento interno e pautado, segundo os adversários, pelo autoritarismo na condução dos trabalhos, o peemedebista tem usado o cargo para atrasar o andamento do processo que tramita contra ele no Conselho de Ética, ao mesmo tempo que trabalha para fritar a presidente Dilma Rousseff (PT), fazendo com que a instauração de um processo para afastá-la do cargo fique cada vez mais próximo.
A guerra foi declarada a Dilma antes mesmo de Cunha ser eleito para a presidência da Câmara. O peemedebista se lançou em chapa avulsa e conseguiu derrotar o candidato do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP). Logo depois disso, Cunha colocou em pauta temas polêmicos e, ao não conseguir aprovar projetos do jeito que queria, repetiu as votações no que ficou conhecido como pedaladas regimentais. Ele descobriu brechas para repetir e aprovar o financiamento privado de campanha e a redução da maioridade penal na Casa, mesmo que, pela regra, matérias rejeitadas tivessem que ficar para o ano seguinte.
Mesmo quando sofreu alguma derrota, Cunha deu o troco imediato. Foi assim quando os três deputados do PT no Conselho de Ética anunciaram que iriam votar pelo prosseguimento do processo por quebra de decoro contra ele. Cunha é acusado de mentir à CPI da Petrobras quando disse que não tinha contas no exterior – depois disso vieram à tona as contas do peemedebista na Suíça. Poucas horas depois da investida dos petistas, o presidente da Câmara anunciou que havia aceitado o pedido de impeachment contra Dilma.
Eduardo Cunha também manobrou para aprovar a chapa oposicionista para compor a comissão especial que decidirá pela instauração ou não do processo contra Dilma. Além disso, trabalhou nos bastidores para derrubar o líder do PMDB, Leonardo Picciani, alinhado ao Planalto, por um deputado do seu grupo, o mineiro Leonardo Quintão