A CPI da Petrobras marcou para a próxima quinta-feira (6) depoimento do delator Milton Pascowitch, segundo informou o presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB).
Pascowitch está preso em regime domiciliar e precisava de uma autorização do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato na primeira instância, para comparecer à comissão.
Moro autorizou, mas não permitiu à comissão ter acesso ao conteúdo da delação premiada dele.
As revelações feitas pelo delator foram peça-chave na 17ª fase da operação, apelidada de Pixuleco, que culminou na prisão do ex-ministro José Dirceu.
O lobista disse em depoimento à Polícia Federal que uma propina de R$ 532 mil paga em dinheiro vivo para o PT teve origem nas obras da usina de Belo Monte, em Altamira, no Pará.
Conforme o delator, a quantia teria saído da empreiteira Engevix e sido repassada por ele ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, em 2011.
Pascowitch disse ainda que parte da propina proveniente de contratos sob responsabilidade da diretoria de Serviços da Petrobrás serviu para pagar as reformas da casa de José Dirceu em Vinhedo (SP), e de um apartamento do irmão, Luiz Eduardo, na capital paulista.
O dinheiro também teria sido usado para a compra de um imóvel para a filha de Dirceu e para pagar despesas de aluguel de jatinho.
O depoimento de Pascowitch substituirá a acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que estava marcada para esta quinta, mas acabou suspensa depois que Costa apresentou um atestado médico alegando estar com depressão grave.
A CPI também havia pedido autorização ao juiz Sérgio Moro para ouvir o empreiteiro da UTC Ricardo Pessoa, mas, segundo a assessoria de Motta, o magistrado sugeriu que a comissão peça antes autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que libere acesso ao depoimento.