A taxa de câmbio “chegou ao limite do desconforto para a economia”, reconheceu ontem Luciano Coutinho, presidente do BNDES. Ele evitou, no entanto, dizer qual cotação seria o limite para intervenções mais intensas no mercado. Para conter a volatilidade da cotação da moeda brasileira em relação ao dólar, o governo vem adotando diversas medidas como a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeiros em renda fixa. “O governo está sendo bem-sucedido para lidar com o câmbio”, disse.
Ontem, o Banco Central (BC) realizou a oitava operação de swap cambial reverso, que equivale à compra de dólares no mercado futuro. Na transação, o BC vendeu 86% dos 20 mil contratos que ofertou, o equivalente a 17.240 contratos. A operação movimentou US$ 848 milhões.
A operação surtiu algum efeito sobre o dólar norte-americano, que fechou em alta de 0,30% ontem, cotado a R$ 1,673.
Coutinho afirmou ainda que o Poder Executivo quer a continuidade do fortalecimento do mercado de capitais no Brasil. “O governo quer apoiar mercado de títulos de longo prazo”, disse. O presidente do BNDES afirmou também que o Brasil deve ter um total de cerca de US$ 2 trilhões em investimentos entre 2011 e 2014. Segundo ele, os investimentos no País, alavancados por recursos do BNDES ao setor privado, poderiam representar um montante de US$ 1 trilhão.
Sobre o mercado de trabalho, Coutinho afirmou que o desemprego no País está em níveis historicamente baixos. Em sua avaliação, o resultado é fruto do trabalho do governo nos últimos anos.