O interesse de consumo das famílias em maio deste ano registrou o menor patamar em 16 meses. É o que revelou hoje a Confederação Nacional de Comércio (CNC), que divulgou a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias. O levantamento mostrou que o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 2% em maio ante abril, a quinta queda consecutiva nesta comparação, e atingiu 129,9 pontos (em uma escala que vai até 200 pontos), o menor nível desde o início da pesquisa, em janeiro de 2010.
Segundo a CNC, na comparação com maio do ano passado, o ICF recuou 2,3% em maio deste ano – a primeira queda neste tipo de comparação. Todos os sete quesitos componentes do indicador apresentaram quedas em maio na comparação com mês anterior. Um dos destaques negativos foi a intenção de consumo de duráveis, como automóveis e geladeiras, que mostrou queda de 4,5% em maio ante abril; e recuo de 6,5% este mês ante igual mês do ano passado.
Para a confederação, o cenário menos otimista nas intenções de consumo pode ter sido influenciado pelo fato de o consumidor se posicionar menos satisfeito com o patamar atual de sua renda. Além disso, o crédito mais caro também tem reduzido a intenção de consumo do brasileiro, em particular de bens duráveis, na avaliação da entidade.
A CNC não descartou a possibilidade de as vendas do comércio varejista apuradas pelo IBGE mostrarem patamar de crescimento menor este ano, por conta do menor interesse de consumo do brasileiro. Até o momento, a projeção da entidade para as vendas do comércio varejista em 2011 é de alta de 7,4%. No ano passado, as vendas do comércio subiram 10,9%, alta recorde na série histórica apurada pelo IBGE, iniciada em 2001.