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10 de setembro de 2015O vice-presidente Michel Temer (PMDB) nega que esteja conspirando para derrubar a presidente Dilma Rousseff. No fim de semana do feriadão, chegou a divulgar uma nota negando essa intenção e se dizendo legalista por “vício e profissão”. Anteontem, deu mais uma entrevista, afirmando que, se quisesse derrubar a presidente, que patina em baixos índices de popularidade, jamais tornaria pública essa intenção. “Deram-me o epíteto de asno. Eu sou tão burro, que sou capaz de verbalizar uma coisa como essa. Se quisesse fazer isso (conspirar contra a presidente), jamais falaria”, disse. Temer pode até não estar tramando contra a presidente, mas tem colocado Dilma em saia justa com algumas de suas declarações.
Ontem ele voltou a trombar com a petista. Minutos antes de sair de seu gabinete para receber líderes do PMDB no Palácio do Jaburu, Temer foi chamado de Dilma, que pediu uma conversa rápida com ele. Os dois conversaram pessoalmente por vinte minutos e o vice defendeu o corte de despesas como principal solução para o déficit orçamentário do governo. “Aumento de tributo só em última hipótese, descartável desde já”, disse Temer após o encontro com a presidente. “Não queremos isso (aumentar impostos). Temos que evitar remédios amargos”, completou o vice usando a mesma expressão da presidente em seu pronunciamento para celebrar o 7 de Setembro.
Na quarta-feira passada, Michel Temer disse que a presidente terá dificuldade de resistir por mais três anos e meio diante da baixa popularidade. “Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. Muitas vezes, se a economia começar a melhorar, se a classe política colaborar, o índice acaba voltando a um patamar razoável” foi a polêmica frase do vice. Na semana anterior, ele tinha dito que o Brasil hoje não tem “governança” nem “governabilidade” e que enfrenta uma grave crise.
Para os aliados do governo, as frases do vice-presidente têm sido tiradas de contexto para desgastar sua relação com Dilma, mas, nos bastidores, as declarações são consideradas desastrosas. Para os oposicionistas, Temer, que deixou recentemente a coordenação política da presidente no Congresso Nacional, está abandonando o barco e preparando o terreno para que seu partido desembarque do governo. Ou sendo sincero, já que a situação do governo é delicada. O fato é que as falas do vice têm alimentado os movimentos pela derrubada da presidente e os sonhos da oposição de alcançar o Palácio do Planalto.
Recentemente, também causou mal-estar em Brasília a aparição de Temer na propaganda partidária do PMDB, veiculada em cadeia nacional, no rádio e na televisão. No horário do partido, o presidente disse uma frase considerada enigmática pelos aliados. “O PMDB não tem medo da verdade que virá.” Disse ainda que é hora de “reunificar a sociedade”. E, ao sair de uma reunião com ministros e parlamentares, logo após a volta dos trabalhos do Congresso Nacional, para colocar mais lenha na fogueira das teorias conspiratórias, Temer disse que o Brasil precisa de “alguém que tenha a capacidade de reunificar a todos”. Para muitos, foi a senha de que o vice está de olho na cadeira da titular.
