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12 de fevereiro de 2015Além das denúncias de corrupção, da ausência de um balanço auditado capaz de apresentar as perdas contábeis com superfaturamentos e propinas e do derretimento diário de valor de mercado, a Petrobras também é pressionada pela forte desvalorização do real frente ao dólar. Com receita em reais e 80% da dívida em moeda norte-americana, a petroleira está perdendo a vantagem que a queda do preço do barril do petróleo no mercado internacional estava garantindo ao caixa da companhia, que aumentou os valores cobrados por combustíveis nas bombas do país. A diferença chegou a 70% no fim de 2014, mas recuou para 30% depois da escalada da divisa dos Estados Unidos. Ontem, o dólar teve mais uma forte alta, de 2,12%, e atingiu R$ 2,8364, a maior cotação em uma década.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, lembrou que a dívida da Petrobras é a maior do mundo no setor corporativo. “Dos mais de R$ 331 bilhões que a Petrobras deve, R$ 53 bilhões são com bancos públicos como Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES), Caixa e Banco do Brasil e há alguma coisa, em torno de R$ 20 bilhões com instituições privadas brasileiras. O restante é dolarizado”, afirmou.
A cada desvalorização do real, cai mais um pouco a defasagem entre os preços do petróleo no mercado mundial, em queda, e o cobrado nas bombas brasileiras. “A valorização do dólar está corroendo a diferença e a companhia não será capaz de minimizar o problema de caixa que acumulou fazendo justamente o contrário”, disse. Desde 2011, o governo segurou os preços dos combustíveis no país, enquanto o petróleo disparava no mercado internacional, atingindo mais de US$ 100 o barril. Isso provocou um rombo no caixa da estatal, que começou a ser amenizado em meados de 2014, quando o petróleo despencou a menos de US$ 50. “O barril agora está em US$ 56 e o dólar disparou. A defasagem caiu de 70% para 30%”, acrescentou Pires.
Na Bolsa, a Petrobras segue perdendo valor de mercado. Ontem, as ações da petroleira fecharam com forte queda de 4%, depois de terem tido um início de pregão positivo. Informações de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ajudaria a encontrar uma solução para o balanço contábil da estatal e a notícia de que o Palácio do Planalto quer os ex-ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Miriam Belchior, do Planejamento, fora do Conselho de Administração da petroleira ajudaram a trajetória de alta do início do pregão.
Contudo, a petroleira paralisou os trabalhos de perfuração em sua maior descoberta em águas profundas. Sem qualquer posicionamento oficial da empresa sobre o fato, os papéis despencaram. As ações ordinárias fecharam com recuo de 4,02%, cotadas a R$ 8,83, e as preferenciais caíram 3,88%, a R$ 8,92. Os ativos da maior empresa brasileira pressionaram a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), que teve queda de 1,77%, em 48.510 pontos.
