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18 de abril de 2024Uma cerimônia com cerca de mil convidados e apresentação de danças típicas marcou nesta terça-feira, 19, o início das obras da primeira fábrica chinesa de automóveis no Brasil, a Chery, no município de Jacareí (SP). O início das operações está previsto para setembro de 2013, com a produção inicial de 50 a 60 mil unidades de dois modelos compactos. Até 2016, o plano é atingir 150 mil veículos anualmente.
O primeiro carro a sair da linha de montagem será o Fullwin (ou A13), nas versões hatch e sedã, que será rebatizado com outro nome que possa ser adotado em toda a América do Sul. O segundo será um modelo desenvolvido especialmente para o mercado local. Além de países da região, a intenção do grupo é futuramente exportar para México e África do Sul.
Quem esperava um carro nacional ultrabarato poderá se decepcionar. O primeiro automóvel chinês feito no Brasil vai custar mais caro do que o QQ, modelo importado da matriz e revendido a R$ 22.990. Há fila de espera de cerca de três meses.
O preço do novo produto ficará entre R$ 23 mil e R$ 32 mil – valor do também importado Face, informou o presidente da Chery do Brasil, Luis Curi. “Vamos manter preços atrativos para o produto nacional”, adiantou. “Esse será nosso diferencial.” Segundo ele, o grupo não espera obter lucro com a operação brasileira no médio prazo.
Fornecedores. Nas próximas semanas, a direção da Chery vai promover um encontro com fornecedores de componentes para avaliar o que poderá ser adquirido no País. Para peças que não tiverem disponibilidade local ou fornecedor adequado, a companhia trará fabricantes chineses. “Temos condições de trazer até 20 fornecedores da China para se instalarem ao redor da fábrica”, informou Yin Tongyao, presidente mundial da montadora.
O investimento na primeira etapa do projeto é de US$ 400 milhões, totalmente bancado pela matriz, com parte do montante obtido em empréstimos junto a bancos chineses. Segundo Tongyao, é o maior investimento do grupo fora da China. A fábrica de Jacareí também será a primeira linha de montagem completa da Chery fora do país de origem. Há outras 16 filiais em diversos países, mas todas operam com o sistema CKD (recebem conjuntos prontos da matriz e apenas executam a montagem dos kits).
“O Brasil é praticamente um país desenvolvido, assim como sua indústria automobilística”, afirmou Tongyao. “Nosso plano não é só fabricar carros, mas inovar no Brasil.”
O investimento inclui a criação de um centro de desenvolvimento, mas, inicialmente, fará apenas adaptações nos veículos para adequação ao mercado brasileiro. O primeiro carro nacional será equipado com motor flex que está sendo desenvolvido pela própria Chery chinesa, em parceria com as subsidiárias brasileiras da Delphi e da Magneti Marelli.
Até 2015, a Chery pretende produzir quatro modelos no Brasil, todos voltados para “atender o novo consumidor que está chegando ao mercado”, segundo Curi, referindo-se à classe C.
O vice-presidente internacional da Chery, Du Weiqiang, disse que, inicialmente, os modelos terão apenas 30% de peças nacionais, índice que chegará a 50% conforme a produção aumentar. Para exportar a países do Mercosul, as normas brasileiras exigem índice de nacionalização de 60%.
A Chery vai gerar entre 1,2 mil e 1,5 mil empregos diretos no início das operações, número que poderá chegar a 4,5 mil quando a fábrica estiver com capacidade máxima. Neste ano, a marca vendeu cerca de 9 mil carros no País. Segundo Curi, o objetivo é comercializar 30 mil unidades até o fim do ano, e atingir participação de 1% do mercado total. Presente ao evento, o governador Geraldo Alckmin anunciou a duplicação da Biagino Chief, estrada de acesso à fábrica.