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18 de abril de 2024Objetivo é melhorar a fiscalização das substâncias importadas que são usadas na produção de remédios
O Brasil e a China firmaram um acordo de colaboração na área sanitária. Um dos objetivos do trato, estabelecido na semana passada, é melhorar a fiscalização da qualidade das substâncias importadas daquele país e usadas na fabricação de remédios pelo Brasil. O que é muita coisa: 80% dos insumos importados usados em remédios no País vêm da China.
A China, além de ser o maior fornecedor, é também o país campeão de reclamações. Das notificações recebidas pela Anvisa sobre insumos de medicamentos reprovados pelos fabricantes, 22% são relativas a produtos chineses. Em seguida estão produtos indianos, com 17%, e vindos dos EUA, com 6%.
Dos insumos chineses reprovados, 87% se referem a substâncias ativas dos remédios e 13%, a outros produtos usados na composição dos medicamentos.
Parceria. O acordo prevê quatro linhas de colaboração, das quais algumas são de aplicação imediata e outras, a médio prazo. Entre as que estão em vigor está o intercâmbio de informações sobre empresas chinesas fornecedoras de produtos para o Brasil. “Hoje, a liberação de produtos depende apenas da análise de documentos. Com o acordo, podemos ir além, checando informações com autoridades sanitárias chinesas. Isso evitará, por exemplo, problemas como o notado durante a visita da missão brasileira à China”, afirmou Dirceu Barbano, diretor da Anvisa.
De acordo com ele, nessa viagem foi constatado que algumas das empresas chinesas fornecedoras de insumos para a indústria farmacêutica não são conhecidas pelas autoridades sanitárias do país.
O trato também permite que equipes da Anvisa, ao visitarem fábricas na China para a certificação de produtos, sejam acompanhadas de colegas da agência chinesa. O acordo também prevê o intercâmbio de informações sobre legislações. “Certamente essa colaboração vai fortalecer o sistema de vigilância dos dois países”, avaliou Barbano.
Visita. A visita foi feita com representantes do setor produtivo brasileiro. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, Odnir Finotti, acompanhou a missão. Ele conta que, atualmente, empresas enviam suas próprias equipes para analisar as empresas interessadas em exportar matéria-prima para o Brasil.
“Problemas com produtos importados que não estão em acordo com padrões exigidos já foram mais comuns, mas ainda existem”, disse. Os desvios de padrão de qualidade levam empresas a ter de recusar a mercadoria e aguardar o envio de nova remessa, algo que muitas vezes afeta o cronograma de produção.
“As grandes empresas enviam equipes para fazer análise. Mas não há essa certeza com relação a produtos adquiridos por distribuidores e enviados para, por exemplo, farmácias de manipulação”, alerta.
O acordo, embora comemorado pela indústria de genéricos, está longe de trazer perspectivas de abertura de mercado para exportação. “Essa seria uma meta a médio e longo prazo. Atualmente, poucas empresas teriam condições de ingressar naquele mercado, por problemas, sobretudo, ligados à escala de produção.”
Presença chinesa
48% das empresas estrangeiras produtoras de medicamento cadastradas no País são chinesas
81% do volume de paracetamol usado no País vem da China