Em um telefonema que durou cerca de 10 minutos nesta quinta-feira (2), a presidente Dilma Rousseff e o presidente sul-africano, Jacob Zuma, decidiram que Brasil e África do Sul irão articular uma solução pacífica para os conflitos na Líbia, informou nesta quinta-feira (2) o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena.
Segundo ele, Dilma afirmou acreditar que a ação armada de potências ocidentais na Líbia possa estar prejudicando a população do país do norte da África. “Os dois manifestaram preocupação com a situação política e humanitária do país. […] A presidenta citou ainda impactos negativos sobre a população civil das ações de potências ocidentais”, relatou o porta-voz.
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A Líbia está mergulhada em uma guerra civil desde fevereiro depois que a população se rebelou contra a ditadura de Muammar Kadhafi. Há 42 anos no poder, Kadhafi vem reagindo com violência às manifestações por democracia.
Por causa disso, a Líbia passou a ser alvo de bombardeios de uma coalizão liderada pela Aliança Atlântica, que tenta impedir que tropas leais ao governo ataquem civis na repressão à revolta popular que toma o país.
FMI
Ainda durante o telefonema a Dilma, Jacob Zuma defendeu a participação de países emergentes na direção do Fundo Monetário Internacional. Ele disse que está sondando, em conjunto com Rússia, China e Índia, o nome do ex-ministro das Finanças sul-africano Trevor Manuel para candidato ao mais alto cargo do FMI.
De acordo com o porta-voz, Dilma afirmou que o Brasil só vai se posicionar sobre o assunto quando o quadro de candidaturas estiver consolidado.
“Dilma está esperando que o quadro se consolide para tomar uma posição, mas disse que o nome do ex-ministro é bem recebido na medida em que abre o leque de candidaturas e possibilita maior exposição de ideias para a agenda futura do fundo”, afirmou Baena.
Na semana passada, a presidente da França, Christine Lagarde, veio ao Brasil para apresentar sua candidatura ao FMI. Ela defendeu maior participação dos países emergentes em cargos de direção do fundo.
Na última sexta (31), o presidente do México, Felipe Calderón, telefonou a Dilma para defender a candidatura do presidente do Banco Central mexicano, Augustín Cartens, ao comando do FMI.