O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), Luciano Coutinho, afirmou hoje que a instituição quer “moderar”
a sua participação na concessão de crédito para o setor produtivo.
Segundo ele, os desembolsos do BNDES, este ano, ainda serão um pouco
maiores que em 2010 porque há um ciclo de investimento muito forte no
País. No entanto, ele destacou que o governo está tentando estimular que
o mercado financeiro assuma maior participação nessa função.
Coutinho admitiu, no entanto, que o momento atual não é favorável
para a ampliação da presença do setor privado no financiamento do setor
produtivo, devido ao aumento dos juros. Para 2012, ele acredita que o
mercado privado de crédito será reforçado. “Na hora que houver a
sinalização de que os juros poderão cair, o mercado vai crescer
fortemente”, afirmou. Ele destacou que o governo espera que haja uma
procura maior pelo mercado de debêntures, com perfil de mais longo
prazo.
Coutinho disse, ainda, que os investimentos no País, este ano,
crescerão em torno de 10% em relação a 2010, portanto acima da expansão
do Produto Interno Bruto (PIB). Ele também estima que os investimento do
BNDES em infraestrutura também cresçam nesta mesma ordem.
Ao ser questionado sobre o aporte de R$ 55 bilhões que o Tesouro
Nacional fará no BNDES para financiamentos dentro do Programa de
Sustentação do Investimento (PSI), Coutinho disse que os recursos serão
transferidos “na medida da necessidade”. O Tesouro emitirá títulos do
governo ao longo do ano para captar esses recursos, que irão reforçar o
caixa do BNDES para permitir a realização de financiamentos subsidiados
pelo governo para a compra de máquinas e equipamentos.