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18 de abril de 2024Projeções de inflação divulgadas ontem pelo Banco Central mostram que, em tese, há espaço para cortar os juros básicos da economia em 1,5 ponto percentual ao longo de 2009, dos atuais 11,25% ao ano para 9,75% no fim do ano. Mas há pouca margem para uma distensão mais agressiva na política monetária, como preveem os analistas econômicos do mercado financeiro.
O relatório trimestral de inflação projeta uma inflação de 4% em 2009 e em 2010, tomando como pressuposto a taxa Selic estável em 11,25% ao ano e uma taxa de câmbio constante em R$ 2,35. Como a inflação projetada encontra-se abaixo das metas de 2009 e de 2010, definidas em 4,5%, em tese há espaço para cortar a taxa Selic, além da redução de 2,5 pontos percentuais já feitas pelo BC em janeiro e março.
Uma outra projeção do BC, divulgada no relatório de inflação, dá uma ideia do quanto os juros podem cair. Ela usa os cenários para juros e câmbio previstos pelo mercado financeiro em 18 de março. Os analistas projetavam uma taxa de câmbio de R$ 2,30 em fins de 2009 e de 2010, além da queda da Selic para uma média de 9,75% no último trimestre de 2009 e uma média de 9,61% no último trimestre de 2010. Usando esses parâmetros, o BC projeta inflação de 4,1% em 2009 e de 4,4% em 2010. Ou seja: em tese há espaço para reduzir os juros em 1,5 ponto percentual, de 11,25% para 9,75%, sem descumprir as metas de inflação.
De 18 de março para cá, entretanto, os analistas econômicos passaram a projetar cortes ainda mais agressivos na taxa de juros. A projeção hoje é que a Selic fique em 9,25% ao ano no último trimestre de 2009. O relatório de inflação não faz projeções usando esse percentual. Mas, tomando como base 9,75% ao ano, a projeção de inflação do BC para 2010 está em 4,4%, muito próxima do centro da meta, de 4,5%. “Os cortes feitos daqui por diante na taxa básica de juros terão efeitos concentrados no final desse ano e em 2010”, afirmou ontem o diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita, ao apresentar o relatório de inflação.
As projeções de inflação do BC sofreram sensível melhora em relação aos percentuais do relatório anterior. Em dezembro, o BC projetava inflação em 2009 de 4,7%, tomando como base uma Selic de 13,75% ao ano, e agora a projeção é 4% com Selic de 11,25% ao ano. Em dezembro, tomando como base um cenário de mercado de Selic em 13% ao ano no fim de 2009, a inflação projetada estava em 4,5% neste ano. Agora a projeção é uma inflação de 4,1%, usando uma Selic de 9,7%. A inflação projetada recuou, diz o BC, em virtude da queda da produção e aumento da ociosidade da indústria em fins de 2008, que têm efeitos mais fortes sobre os preços do que os cortes na Selic feitos de janeiro a março e os previstos até o fim do ano.
O relatório de inflação diz que, desde dezembro, diminuíram os riscos de a inflação ficar acima dos valores projetados pelos modelos de previsão do BC. No relatório anterior, o BC ainda enfatizava o risco de a depreciação cambial pressionar os índices de preços. “Cabe reconhecer que os movimentos de preços observados até o momento, tanto em nível do consumidor como do atacado, indicam diminuição dos riscos associados ao repasse cambial advindo da depreciação da moeda nacional”, afirma o BC no relatório de inflação.
Nas suas projeções, o BC assume a hipótese de que a crise financeira mundial se estenda até 2010, com efeitos contracionista sobre a economia doméstica até o primeiro trimestre de 2011. O BC pondera, porém, que uma recuperação mais rápida da economia mundial poderia provocar pressões inflacionárias. Outro risco relevante, diz o relatório de inflação, é os pacotes de estímulos fiscais feitos pelos países desenvolvidos provocarem aumento das taxas internacionais de juros, comprometendo a capacidade de financiamento externo da economia brasileira entre fins de 2010 e início de 2011. A redução da safra agrícola neste ano, diz o BC, poderá provocar alta dos preços dos alimentos e causar a aceleração da taxa de inflação.