JUSTIÇA DE SÃO PAULO DETERMINA QUE O MUNICIPIO AUTORIZE A EXPEDIÇÃO DE NOTAS FISCAIS ELETRÔNICAS.
9 de fevereiro de 2024Por que Rússia deve crescer mais do que todos os países desenvolvidos, apesar de guerra e sanções, segundo o FMI
18 de abril de 2024O Banco do Brasil anunciou ontem o aumento do limite de crédito de 10 milhões de clientes pessoas físicas, o que amplia em R$ 13 bilhões o potencial de contratação de empréstimos. Também promoveu um corte nas taxas de juros de nove das principais linhas de financiamento a pessoas físicas, numa medida que vale para todo o conjunto de 32 milhões de clientes do BB.
Pelos cálculos da instituição, do limite extra de R$ 13 bilhões aos correntistas, cerca R$ 3 bilhões deverão ser efetivamente contratados nos próximos 12 meses. Esse volume representa cerca de 5% da carteira de crédito com pessoas físicas, hoje em R$ 61 bilhões.
Entre as linhas que tiveram os juros reduzidos estão o crédito consignado, financiamento a materiais para construção, crédito a veículos e crediário.
As medidas foram anunciadas uma semana depois de vir à tona estatísticas do Banco Central que apontam que o BB teria aumentado os juros cobrados nas suas principais modalidades de crédito. Na semana passada, o banco negou que tenha elevado os juros -e atribui a alta a distorções nas estatísticas.
O vice-presidente de crédito, controladoria e risco global do BB, Ricardo Flores, afirma que as medidas anunciadas nada têm a ver com eventuais pressões por parte do governo para o banco ampliar crédito e cortar juros. “As medidas não foram feitas do dia para a noite”, afirmou Flores. “Esse é o resultado de aperfeiçoamentos na metodologia interna de avaliação de risco que vinham sendo feitas ao longo de meses e que, com a nomeação da nova diretoria do BB, foram aceleradas.” Flores disse que as premissas principais das medidas foram manter o nível de exposição a risco no patamar atual e não aumentar a inadimplência. Hoje, a inadimplência da carteira de pessoas físicas do BB é de 5,9%, abaixo dos 8,3% no sistema bancário.
Em abril, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, indicou Aldemir Bendine para a presidência do BB por estar insatisfeito com o ritmo de corte de juro e de expansão do crédito na gestão de Antonio Francisco de Lima Neto. Bendine substituiu boa parte dos vice-presidentes.
O que o BB fez foi basicamente aumentar o limite de crédito dos clientes que, nos modelos de avaliação de risco conhecidos como “behaviour score”, são apontados como aqueles que têm maior propensão da tomar empréstimos.
“Selecionamos aqueles que têm maior apetite por crédito para que o aumento dos limites leve efetivamente a um maior volume de contratações”, diz Flores.
O “behaviour score” avalia o risco dos clientes a partir de uma base de dados com seu relacionamento com o banco, incluindo frequência com que contrata crédito, pontualidade no pagamento e consumo outros produtos financeiros. É considerada uma segunda geração nos modelos de avaliação de risco. A primeira são os chamados “credit score”, que usam dados cadastrais.
Um especialista que conhece os modelos de avaliação de risco de crédito no BB diz que, a rigor, não ocorreu nenhuma grande mudança.
Um exemplo do uso do “behaviour score” foi na ampliação temporária de limites de cartões de crédito antes de datas importantes para o comércio, como o Dia das Mães e o Natal, identificando quem estava mais propenso a consumir. A ferramenta foi usada também para ampliar o limite de crédito de parte dos clientes nos financiamento a veículos, a partir de dados estatísticos colhidos nos revendedores de automóveis, que permitiu traçar o perfil de quem deseja esse tipo de crédito.
Ontem, o limite de crédito de pessoas físicas foi ampliado em 5,25%, o que, para essa fonte, está em linha com expansões feitas antes pelo BB. “Há muito ‘marketing’ nessas medidas, mas não existe nada de temerário, que possa comprometer a solidez do banco”, avalia essa fonte.
O vice-presidente de finanças do BB, Aldo Mendes, disse que a medida está em linha com o objetivo do banco de aumentar entre 23% e 25% a sua carteira de crédito a pessoas físicas em 2009. O diagnóstico é que, com uma carteira de pessoas físicas de R$ 61 bilhões, o banco está bem atrás dos seus principais concorrentes privados, que têm carteiras da ordem de R$ 100 bilhões.
“Somos o terceiro banco pelo volume de crédito a pessoas físicas e temos bastante espaço para crescer”, disse o vice-presidente de cartões e novos negócios de varejo, Paulo Rogério Caffarelli. “Queremos chegar aos R$ 100 bilhões até 2012.” O BB está atrás, em parte, porque não tinha operações relevantes de financiamentos de veículos, imobiliário e de aquisições de bens duráveis no comércio. Mas não só . “Uma das coisas que atrapalhavam era justamente a nossa avaliação de risco de crédito, que não estava em linha com a dos nossos competidores”, afirma.