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8 de julho de 2011Paulo Sergio Passos is named minister of Transportation
12 de julho de 2011Sem alcançar os resultados pretendidos com as medidas tomadas em janeiro, o Banco Central precisou novamente intervir no mercado de câmbio futuro para tentar reduzir o volume das operações feitas pelas instituições financeiras que estão apostando na desvalorização da moeda americana ante o real.
Para frear o aumento dessas operações, a autoridade monetária determinou, na sexta-feira à noite, que o recolhimento de depósito compulsório sobre essas operações, que possui alíquota de 60%, passará a ocorrer nas posições vendidas que ultrapassarem US$ 1 bilhão ou o patrimônio de referência da instituição.
Antes, o recolhimento vigorava apenas para as operações acimade US$ 3 bilhões. “Com amedida, o Banco Central visa a melhorar o funcionamentodomercado de câmbio à vista e reduzir as posições vendidas do sistema”, explicou o BC em comunicado. Desde abril do ano passado o BC registra posição de câmbio vendida por parte dos bancos. O recolhimento compulsório sobre essas posições foi instituído em janeiro.
Na ocasião, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou que o adequado seria que a posição vendida dos bancos ficasse em US$ 10 bilhões.
Como destacou o BRASIL ECONÔ- MICO na última semana, o encarecimento sobre saldos de mais de US$ 3 bilhões não mostrou efeito e o não enrijecimento do BC sobre essas posições começou a levantar suspeitas no mercado de que a autoridade monetária estaria utilizando a manutenção do dólar desvalorizado comoestratégia auxiliar da política monetária. Em junho, a chamada posição vendida dos bancos ficou em US$ 14,7 bilhões, uma forte elevação em relação aos US$ 9,3 bilhões registrados em março. Esse valor leva em conta os contratos de fechamentos de câmbio para diversas finalidades, como importações e exportações.
Ajuste com volatilidade
A nova regra começa a vigorar hoje, mas os bancos terão cinco dias para se adaptar a ela uma vez que o recolhimento é feito com base em uma média móvel de cinco dias úteis e o primeiro irá ocorrer na sexta-feira.O depósito compulsório será recolhido em espécie e não será remunerado.
Especialistas acreditam que o ajuste deve gerar volatilidade esta semana na moeda, ainda que uma nova medida na área cambial já fosse esperada pelo mercado financeiro desde que o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou, na semana passada, que o governo estudava mais ações para conter a valorização do real frente ao dólar.
Na avaliação do vice-presidente executivo de Tesouraria do West LB, Ures Folchini, o governo tem um arsenal de medidas que poderia tomar, desde a elevação de tributos incidentes sobre a operação de câmbio até exigência de maior volume de garantias para realizar as apostas. No entanto, todas teriam um efeito limitado. “Não adianta.
O diferencial de juro (o interno e o praticado no exterior) é grande. O país está atraindo capital estrangeiro”, diz.
No ano, o fluxo de capital está positivo em US$ 39,03 bilhões, ou seja, as entradas de recursos estrangeiros têm superados as saídas. Com mais dólares na economia, a tendência é de desvalorização da moeda americana.
Em 2010, o fluxo ficou positivo em US$ 24,35 bilhões. O executivo considera, ainda, que colocar muitos entraves às operações no mercado futuro pode não ser a melhor saída, uma vez que algumas empresas recorrem a esses instrumentos para se proteger de variações cambiais. Se essa opção ficar muito cara ou complexa, explica Folchini, elas podem deixar de fazer hedge. “O mercado futuro é importante para dar tranqüilidade às empresas.” Medidas como essa também não evitam que empresas recorram a instrumentos de derivativos alavancados como o ocorrido em 2008, quando Aracruz e Sadia tiveram perdas significativas. Isso porque um banco, ao realizar uma operação dessa com uma empresa, faz um contrato de dólar futuro para que a sua posição cambial fique neutra, ou seja, não irá influenciar sua posição “vendida”.
