Se há tópico polêmico nas discussões globais sobre política econômica, este é o da “Guerra Cambial”, como sugeriu o ministro da Faenda – Guido Mantega. Sem haver acerto sobre coordenação das medidas de enfrentamento dos desequilíbrios, impasse deve invadir a pauta do próximo encontro do G20.
Reunidos nos EUA, as autoridades econômicas dos principais países emergentes e desenvolvidos não saíram do impasse, responsabilizando-se mutuamente sobre a responsabilidade da origem do problema, destacando a responsabilização da China pela manutenção de uma moeda excessivamente desvalorizada.
Teme-se que a incapacidade dos países de articular uma ação coordenada, para conter os desequilíbrios cambiais, redunde em reforço das políticas protecionistas, prejudicando a expansão do comércio global e trazendo dificuldades para a recuperação internacional.
Acusações
Por um lado os países emergentes, em especial Brasil, China, Índia e Rússia, defenderam a tese de que os desequilíbrios eram causados pelo excesso de liquidez provocado pelos planos de estímulos fiscal e monetário desenvolvidos em países como EUA e os membros da União Europeia.
De modo distinto, os países desenvolvidos reforçaram a interpretação de que os desequilíbrios cambiais são de responsabilidade do acúmulo excessivo de reservas – em uma mensagem direta para os BRICs.
“Mantemo-nos céticos em relação ao quão concretas os resultados podem ser”, afirmaram os analistas do banco francês Société Générale.