O senador Alvaro Dias afirmou nesta segunda-feira
(18) que as novas denúncias de irregularidades no Ministério dos
Transportes e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit) podem fazer com que mais senadores assinem o pedido de criação de
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Até agora, a oposição já
conseguiu 23 das 27 assinaturas necessárias para que seja instalada a
comissão.
– Esses fatos novos dos últimos dias
certamente haverão de convencer alguns relutantes de que deve assinar
essa CPI por uma questão de dignidade – declarou o senador, que disse
que o governo não tem mais condição “política e moral” para impedir a
instalação da CPI.
As novas denúncias incluem o
favorecimento da esposa do diretor interino do Dnit, José Henrique
Sadok de Sá, cuja empresa teria faturado R$ 18 milhões em obras em
rodovias entre 2006 e 2011. Também foram publicadas denúncias sobre a
usurpação de função pública por parte de Frederico Augusto de Oliveira,
que trabalhava no órgão, apesar de nunca ter sido nomeado.
–
São informações em quantidade que jamais se viu, pelo menos no que diz
respeito a uma esfera do governo, um setor do governo, a um lote, já que
o governo foi loteado e os partidos são proprietários de lotes do
governo – continuou.
Questionado sobre a
possibilidade de o recesso parlamentar – que terá início na terça-feira
(1°) – “esfriar” a discussão sobre as denúncias de irregularidades que
motivaram o afastamento da cúpula do Ministério dos Transportes, o
senador disse não se preocupar, já que as denúncias são muito graves.
Alvaro Dias afirmou que ainda há irregularidades não descobertas.
Sobre
a representação entregue à Procuradoria Geral da República pelo PSDB, o
senador disse acreditar que ainda não houve tempo para a instauração
dos procedimentos de investigação, mas espera que isso seja feito em
breve.
– É uma instituição que tem conceito e
não pode comprometê-lo. Tenho certeza de que os procedimentos serão
instaurados e haverá eficiência e certamente teremos a resposta, como
tivemos no caso do mensalão.