A possibilidade de uma aliança eleitoral entre o PMDB e o PR em Cuiabá terá reflexos complicadíssimos e que vai exigir uma engenharia política sem igual. O entrave está na cidade de Rondonópolis, terceiro maior colégio eleitoral de Mato Grosso, base política do governador Blairo Maggi e também do deputado federal Carlos Bezerra. Em jogo, a Prefeitura da cidade, hoje administrada pelo grupo do governador. O PMDB aspira o cargo com o deputado José Carlos do Pátio, oposicionista ferrenho a Maggi. A princípio, o acordo de Cuiabá vem às avessas de tudo que se pode imaginar. Por isso, não deveria ultrapassar os limites do município. O movimento em direção ao apoio à candidatura de Mauro Mendes poderá forçar o prefeito Wilson Santos a cumprir com os acordos com o PMDB. “Bezerra é inteligente e está sabendo como enviar todos os recados ao prefeito. Mas que ninguém duvide do que pode acontecer” – frisou. Parte dessa resistência do prefeito estaria sendo processada pelo ex-senador Antero Paes de Barros, coordenador de marketing de Santos, prestes a ser reabilitado para o processo eleitoral de 2010. Os interesses são conflitantes. O acordo que o PMDB havia fechado com o PSDB envolveu, a rigor, diretamente a questão paroquial: o PSDB iria retirar a candidatura a prefeito do ex-governador Rogério Salles para apoiar o nome de Pátio. Essa parte do acordo foi cumprida com o anuncio de Salles de que estaria se retirando da disputa. Do Palácio Alencastro, no entanto, Santos não esboçou nenhuma reação. Mesmo com todos os ensaios de Bezerra. Ao empossar Josué de Souza como secretário de Infra-Estrutura, aferindo a participação do PDT no Governo Municipal. Wilson Santos mandou um duro recado à luta por cargos: nenhuma outra mudança aconteceria mais na Prefeitura, salvo interesses diretos. A partir daí, o PMDB começou a guinar sua direção.