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18 de abril de 2024O voo Air France Rio-Paris, que desapareceu no Oceano Atlântico em 31 de maio de 2009, com 228 pessoas a bordo, teria sofrido uma súbita parada provocada pelo gelo acumulado nas sondas Pitot, segundo divulgou ontem o semanário alemão Der Spiegel, que cita um investigador do acidente como sua fonte de informações. Os especialistas franceses que investigam as causas do acidente afirmaram na sexta-feira que no fim desta semana divulgarão oficialmente as primeiras descobertas sobre os dados contidas nas caixas-pretas do avião, recuperadas recentemente do fundo do mar.
Foram a pressão e a especulação sobre as causas do acidente que fizeram com que os especialistas do Departamento de Investigação e Análise (BEA) francês decidissem mudar sua programação e anunciar nesta semana os elementos que determinaram as circunstâncias do acidente.
Der Spiegel, citando um especialista que pediu o anonimato, garante que as causas exatas do acidente não são conhecidas, mas que a informação das caixas-pretas sugere que as sondas de velocidade da aeronave, conhecidas como sondas Pitot, congelaram, o que provocou uma falha na velocidade do Airbus. O acidente ocorreu em um lapso de quatro minutos, segundo as informações reveladas pelas caixas-pretas recuperadas no mês passado a quase 4 mil metros de profundidade.
De acordo com a gravação, o piloto-chefe do voo, Marc Dubois, não estava na cabine quando os alarmes soaram. Pode-se ouvi-lo chegando correndo à cabine e “gritando instruções aos seus dois copilotos”, afirma o especialista ao semanário. O avião parecia que havia evitado uma área de fortes turbulências, mas suas sondas Pitot tinham partículas de gelo. Então, “a informação gravada indica uma queda abrupta do avião pouco depois que os indicadores de velocidade falharam”, como resultado de uma parada do avião, disse o especialista. Ainda segundo a publicação, os dados técnicos mostram que, depois da pane no aparelho, houve um movimento brusco no eixo longitudinal da aeronave, levando-a a cair.
Não está claro se isso foi consequência de um erro do piloto ou se os computadores da aeronave saltaram automaticamente para compensar o que parecia ser uma súbita perda de potência, disse a revista. O caso é seguido de perto na Alemanha, já que 28 passageiros do voo eram naturais do país._
FAMÍLIAS O presidente da Associação de Familiares das Vítimas do Voo 447, Nelson Marinho, afirmou que vai aguardar a divulgação do relatório oficial do BEA para comentar as apurações sobre as causas do acidente. Segundo as famílias, o estudo preliminar sobre o conteúdo das caixas-pretas do avião deve ser apresentado pelo órgão francês na sexta-feira. Marinho voltou a criticar a Airbus (fabricante do A-330 que sofreu o acidente) e a Air France pela construção e manutenção da aeronave, mas disse que prefere não se manifestar sobre as informações divulgadas pela revista alemã Der Spiegel.
“Prefiro receber essa informação oficialmente por parte do BEA antes de fazer qualquer comentário, mas nós sabemos que a Airbus e a Air France haviam sido alertadas em 1993 sobre problemas com o Pitot e com o computador de bordo”, disse Marinho. “Esse equipamento deveria ter sido substituído há muitos anos, mas só foi trocado depois do acidente.” Pai de uma das vítimas do acidente, o mecânico de engrenagens Nelson Marinho Filho, o presidente da associação dos familiares afastou a notícia publicada pela Der Spiegel de que a ausência do piloto na cabine no momento dos primeiros sinais de alerta poderia ter contribuído para a queda do avião.
TRAGÉDIA DA TAM
O resultado do inquérito conduzido pelo Ministério Público Federal que apura as causas do acidente com o voo 3054 da TAM deve ser concluído até julho, segundo o advogado que representa os parentes das vítimas, Ronaldo Marzagão. “Acredito que antes do quarto aniversário desse trágico acidente tenhamos uma solução final do inquérito”, disse ontem, pouco antes de se reunir com parentes das vítimas em um hotel de São Paulo. Em 17 de julho de 2007 o avião da TAM percorreu toda a pista do aeroporto de Congonhas sem conseguir parar, atravessou a Avenida Washington Luís e atingiu um edifício da própria companhia aérea e um posto de gasolina, matando 199 pessoas. Sábado, foi apresentado em São Paulo o projeto de um memorial em homenagem às vítimas, no local do acidente.