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18 de abril de 2024Jader Marques, o advogado de Elissandro Spohr, o Kiko, um dos donos da boate Kiss, admitiu ontem que foi usada espuma — material que entrou em combustão durante o incêndio da madrugada do último domingo — em reforma que serviu para aumentar o isolamento acústico da casa de espetáculos. A policia investiga o uso irregular de produto inflamável no revestimento utilizado para cumprir exigências feitas pelo Ministério Público para reduzir o barulho, depois de diversas reclamações de vizinhos.
O advogado sustenta que a colocação da espuma no teto da boate foi feita por orientação de um engenheiro e de uma empresa especializada.
— Todo o trabalho de adequação foi orientado por uma empresa e um engenheiro especializado — disse o advogado, que não indicou o nome do engenheiro nem o da empresa. Ele chegou a dizer que os integrantes do MP estiveram por diversas vezes na boate.
— O Ministério Público entrou e saiu pela porta de acesso da casa diversas vezes — sustentou Marques.
O advogado adotou o ataque como estratégia de defesa de seu cliente. O defensor convocou uma entrevista coletiva para rebater as acusações que têm sido feitas pela polícia e pelo Ministério Público, e criticou duramente a atuação dos bombeiros no resgate, classificada por ele como “desastrosa”.
— Desastrosa, deficiente, inoperante foi a operação feita pelo bombeiros naquele momento. Os bombeiros estavam com as máscaras devidas? Com os equipamentos? Não — acusou Marques.
Advogado nega ocultação de imagem
O defensor ainda disse que os bombeiros foram irresponsáveis por usarem civis no resgate ao “se sentirem impotentes” e por jogarem um jato d’água na rota de fuga dos clientes.
Marques garantiu que a documentação da boate era regular. O licenciamento dos bombeiros estava vencido desde agosto, mas, em outubro, a casa teria pago a taxa para pedido de renovação, o que, de acordo com ele, regularizaria a situação:
— A boate apenas aguardava a vistoria dos bombeiros. O que havia era um problema meramente documental.
O defensor rebateu a declaração do delegado regional, Marcelo Arigony, de que a Kiss não podia funcionar.
— Para o poder público, a casa está adequada à lei. Se vamos discutir se essa lei é boa, é útil, é um outro caso.
O advogado negou ainda que o seu cliente tenha atuado para ocultar as imagens do circuito interno da boate, um dos argumentos que serviram para o pedido de prisão contra Kiko. Ele mostrou um documento de uma empresa atestando que o equipamento estaria desativado.
Segundo Marques, Kiko se apresentou espontaneamente à polícia ainda na madrugada da tragédia. O defensor também negou que seguranças da boate tenham impedido a saída de clientes no momento do incêndio. E reconheceu que seu cliente tentou se suicidar na noite de terça-feira no hospital da cidade Cruz Alta.