Em encontro com o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, a presidente Dilma Rousseff defendeu ontem uma maior participação dos países emergentes na instituição, a exemplo da campanha que o Brasil vem fazendo para cargos-chave do Fundo Monetário Internacional (FMI). Depois da audiência, Zoellick, que já foi chamado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “sub do sub do sub”, quando era representante de comércio dos Estados Unidos, participou da cerimônia de lançamento do Plano Brasil Sem Miséria.
Zoellick lembrou a Dilma que o Brasil recorre cada vez menos a empréstimos do Bird e que 80% dos recursos para o país são para estados e municípios. Mas, segundo o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena, Zoellick disse que o Bird tem importante contribuição a dar ao país, sobretudo em cooperação técnica.
A eleição para diretor-gerente do FMI também foi parte da agenda de Dilma, que recebeu ligação do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, sugerindo o ex-ministro das Finanças Trevor Manuel para o cargo. A África do Sul é o quinto país do Brics, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China.
Dilma respondeu que o Brasil só definirá seu candidato após o dia 10. Mas disse que o nome da África do Sul é bem recebido, pois abre o leque de candidaturas e possibilita uma maior exposição às ideias dos emergentes para uma agenda futura.
A francesa Christine Lagarde e o mexicano Agustín Carstens são os atuais candidatos ao FMI. Carstens esteve ontem em São Paulo com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Ele reiterou que os emergentes, especialmente os latino-americanos, devem ter mais voz no órgão e defendeu sua candidatura:
– É uma vantagem que um não europeu, com experiência em solução de crises, seja diretor-gerente do FMI. Assim, traria um olhar mais fresco.