Man accused over America’s biggest credit card identity fraud
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21 de agosto de 2009O constrangimento dos economistas com a permanência de Henrique Meirelles no comando do Banco Central (bc) depois de sua filiação a um partido político, o que deve acontecer até o fim de setembro próximo, está cada vez maior. Segundo José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Meirelles cometeu um erro “gravíssimo” na semana passada, ao participar de um evento em Goiânia, no qual o presidente Lula lançou o seu nome como candidato ao governo de Goiás em 2010. “Foi imperdoável”, afirmou, diante de uma plateia de empresários.
No entender de Mendonça de Barros, Meirelles tem todo o direito de se filiar a um partido e sair candidato. “Mais do que ninguém, ele sabe que o mercado precifica as ações futuras do BC. Portanto, na minha visão, ele deveria deixar o cargo assim que for consumada sua eventual filiação”, destacou. Para o economista, a “postura dúbia” Meirelles, com um pé no governo, outro na política, só aumenta as indefinições e os ruídos políticos para 2010. “Há muitos riscos nos cenários que traçamos”, disse. Ou seja, quem vinha apostando em um quadro de calmaria no ano que vem deve pôr as barbas de molho.
SUCESSÃO. Entre os riscos listados por Mendonça de Barros está a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sucessão de Lula. A seu ver, há muitas dúvidas quanto à saúde dela, pois uma campanha eleitoral nacional é muito severa para as condições físicas de qualquer pessoa. Há também a personalidade da ministra, que é forte, não moldada para o gosto popular. Outra ressalva do economista foi a destruição da estratégia do governo de tornar o pleito de 2010 uma eleição plebiscitária entre o candidato oficial e o da oposição, representada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), diante da decisão da senadora Marina Silva de deixar o PT e disputar o Palácio do Planalto pelo PV.
“Marina Silva tem três características muito importantes: é mulher, trata da questão da sustentabilidade e da ética”, avaliou Mendonça de Barros. “Provavelmente, ela não ganhará a eleição, mas seu nome tem um peso político importante, o que, inclusive, levou o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) a manifestar que também é candidato a presidente em 2010”, emendou.
Quanto ao desempenho da economia, o ex-secretário de Política Econômica prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano cresceu 2% em relação aos três meses anteriores. Para ele, a economia está em trajetória de recuperação. Mas, diante do tombo de 3,6% registrado no último trimestre de 2008 ante o anterior e de 0,8% no primeiro trimestre deste ano, o PIB deverá avançar apenas 0,2% em 2009. “Vejo um cenário construtivo e de recuperação da economia brasileira e acredito que o vigor do nível de atividade deve avançar em 2010, quando o PIB deve subir 4%”, afirmou. Ele estimou ainda que, por conta com bom desempenho da economia, o real continuará se valorizando em relação ao dólar, girando em torno de R$ 1,80.
