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18 de abril de 2024O grupo Coalizão de Inovação Brasil Intelectual, liderado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp,) inicia hoje uma frente de trabalho que tem por objetivo fortalecer a defesa sobre a propriedade intelectual no País. Para isso, será entregue oficialmente aos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), publicação com resultados de pesquisa feita em outubro do ano passado com cem parlamentares federais. A publicação, que tem como título “A Propriedade Intelectual no Congresso Nacional”, mostra que 72% dos deputados e senadores consideram a propriedade como um tema muito relevante para o desenvolvimento do País, ao mesmo tempo que parcela de 94% dos pesquisados admite que conhece “mais ou menos”, “pouco” ou praticamente não conhece o tema.
A pesquisa que mapeou o grau de conhecimento dos parlamentares sobre o tema ‘propriedade intelectual’ foi conduzida pelo Ibope, entre 9 de setembro e 31 de outubro do ano passado. Essa análise apurou que 89% dos parlamentares reconhecem que a pesquisa e a inovação tecnológica geram impactos positivos. Um grupo maior, de 91% dos consultados, acredita que a inovação gera benefícios sobre o desenvolvimento econômico e nas exportações e parcela semelhante reconhece que a pesquisa e tecnologia promovem um cenário com empregos mais qualificados e com melhores salários. Grupo de 92% dos consultados avalia, entretanto, que a falta de proteção adequada da propriedade intelectual gera perdas, como impostos que deixam de ser arrecadados em situações de pirataria e falsificação.
O documento será entregue aos presidentes da Câmara e do Senado pelo economista Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Relações Internacionais e de Comércio Exterior da Fiesp. Ontem, Fonseca disse que o Brasil tem nota cinco, em uma escala de zero a dez, na proteção à propriedade intelectual, e que isso reflete diretamente no custo Brasil. O economista afirmou que a legislação atual não garante segurança para as empresas investirem em tecnologia, embora afirme que o Brasil é um país “criativo”, citando exemplos como os conhecimentos específicos do etanol, tecnologia bancária e eleições eletrônicas, entre outros. A falta de segurança para investidores poderá fazer com que o Brasil fique para trás na corrida da tecnologia, alerta Fonseca, levando a um cenário futuro de extrema dependência.
O grupo Coalização Brasil Intelectual considera que a inovação e a propriedade intelectual são vitais para o desenvolvimento econômico e social do País e por isso pretende promover a discussão sobre esse tema no Congresso. O grupo, que além da Fiesp conta com mais nove instituições, destaca que propriedade intelectual “é o direito que qualquer cidadão, empresa ou instituição tem sobre aquilo que resultada de sua inteligência ou criatividade”. Esse conceito abrange patentes, desenhos industriais, marcas, direitos autorais, segredos empresariais, softwares e cultivares.
O documento que será entregue hoje, cita que “a adequada utilização dos mecanismos de proteção da propriedade intelectual é essencial para impulsionar os interesses das empresas, instituições e indivíduos, na medida em que se transforma a agregação de valor e riqueza em atração de investimento, desenvolvimento e geração de oportunidades”. A ideia é avançar na regulação (Lei da Propriedade Intelectual aprovada em 1996), reforçando as garantias para os detentores de propriedade intelectual e investimentos do setor no Brasil.