O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, admitiu ontem que os empréstimos com reservas internacionais para rolagem de dívidas de empresas brasileiras no exterior podem alcançar até US$ 40 bilhões este ano, mas que a demanda estaria diminuindo.
Até agora, o Banco Central já usou US$ 23 bilhões das reservas para a rolagem e até o fim do ano a soma poderia superar o potencial de US$ 36 bilhões inicialmente previsto pela autoridade monetária.
Em todo caso, Henrique Meirelles reiterou que a rolagem dos próprios bancos comerciais internacionais está aumentando, e chegou a 60% do total recentemente.
Em fevereiro, Meirelles afirmou que o Banco Central estava preparado para um período de até três anos de crise, nos quais emprestaria para a rolagem das dívidas, por causa da restrição de capitais.
Mas ele acha que agora não será mais necessário tanto tempo. O Instituto de Finanças Internacionais, que representa os maiores bancos, continua achando, porém, que a necessidade de financiamento dos emergentes em geral, sobretudo por parte das empresas, continuará bastante elevado e será um desafio nos próximos anos.