DENYSE GODOY da Folha de S.Paulo da Folha Online Atualizada às 13h41 A Força Sindical anunciou nesta quinta-feira a suspensão das negociações com a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), por dez dias, em torno das demissões de trabalhadores em meio à crise econômica. O objetivo é incluir o governo nas negociações entre trabalhadores e empregadores. O presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou que nesse período as centrais querem uma reunião com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Paulinho, as centrais querem que o governo entre nas negociações trabalhistas para impedir a redução de salário. Assim, teria início uma nova rodada de negociações, sendo \”zerado\” tudo o que foi conversado até agora –a Força chegou a aceitar a redução de jornada e salários, mas com garantia de emprego, o que os empregadores rejeitam. Nesse sentido, as centrais defendem ainda que os governos federal e estaduais reduzam impostos e que o BC (Banco Central) cortem \”drasticamente\” a taxa de juros no país, em pelo menos 2 pontos percentuais. Segundo a Força, se isso ocorresse, poderia ser negociada a redução da jornada sem redução de salário. Da reunião de hoje participaram ainda a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Nova Central, UGT (União Geral dos Trabalhadores) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil). A CUT foi convidada, mas não tomou parte. Paulinho, porém, afirmou que conversou com o presidente da CUT, Artur Henrique, e que ele teria aceito os termos do que foi conversado na reunião de hoje. O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, defendeu ontem, em reunião do Conselho Superior Estratégico da entidade, a redução da jornada de trabalho e de salários para evitar demissões no país. Ele advertiu, no entanto, que um possível acordo não vai garantir estabilidade do emprego. \”Enquanto a redução de jornada com redução de salário estiver em curso, a nossa preocupação é manter o nível de emprego. Mas não estamos falando de estabilidade de emprego, que não está na lei do país nem na competitividade das empresas\”, disse Skaf. Apesar de evitar criticar Skaf, Paulinho afirmou ainda que, da reunião que participou com o empresário nesta semana, o presidente da Fiesp afirmou que aceitava discutir a possibilidade da garantia de emprego. Ainda segundo ele, Skaf, porém, destacou que não era possível garantir empregos com \”as condições que o governo tem dado\”. Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, as centrais não podem permitir a flexibilização sem uma contrapartida firme por parte dos empresários. \”Aí seria ceder demais. Os empresários precisam nos apresentar garantias.\” Também foi acertado na reunião de hoje que as centrais irão organizar manifestações pelo país nas empresas que anunciarem demissões. A primeira será no dia 21 de janeiro, em frente aos prédios do BC nas principais capitais. Leia mais notícias sobre trabalho Metalúrgicos da GM param por 2 horas contra demissões e Fiesp Crise aumenta procura por seguro-desemprego no país Fiesp rejeita ideia de que empresas beneficiadas não possam demitir Fiesp defende redução de jornada e salários, sem garantia de estabilidade Outras notícias sobre economia em Dinheiro BCE reduz juros para 2%, menor taxa desde 2003 Receita libera consulta para lote da malha fina de 2004 Lucro do banco JPMorgan cai 76% no quarto trimestre de 2008 Airbus toma dianteira sobre a Boeing, mas prevê 2009 difícil Especial Veja o que há em nossos arquivos sobre trabalho Veja os principais fatos ocorridos na economia em 2008 Leia a cobertura completa da crise financeira global Navegue no melhor roteiro de cultura e diversão da internet