O Lehman Brothers, o falido banco de investimento de Wall Street, está contratando pessoal e pagando bonificações generosas em Londres, numa tentativa de evitar a perda de funcionários. As operações europeias do Lehman estão recrutando funcionários de escalão intermediário e apoio administrativo para ajudar a PricewaterhouseCoopers (PwC), que está administrando a instituição, a dar conta de milhões de transações que precisam ser reconciliadas com clientes e parceiros de negociações para determinar o que o banco deve ou pode ser reivindicado.
Um juiz que está supervisionando a falência do Lehman nos Estados Unidos aprovou em Nova York na semana passada um pagamento extra de bônus de US$ 50 milhões para cerca de 230 negociadores de derivativos que estão trabalhando para desembaraçar o portfólio de US$ 10 bilhões do banco falido. As bonificações ocorrem no momento em que banqueiros dos EUA e Europa enfrentam a ira da população sobre a provável distribuição de muitos milhões de dólares em bonificações agora no fim do ano e, no Reino Unido e França, o recolhimento de impostos adicionais sobre esses pagamentos.
Steven Pearson, sócio da PwC e um dos quatro administradores conjuntos do braço europeu do Lehman Brothers, disse que as bonificações maiores no Reino Unido refletem a demanda pelas habilidades de que ele necessita, e a situação única do Lehman. “Tornamos nossa estratégia e nosso raciocínio claros para os nossos credores”, disse Pearson. “Precisamos acompanhar o mercado e temos que ter em mente que o staff aqui tem opções de desenvolvimento de carreira muito menores do que em outros bancos.”
O Lehman Europe é a maior e mais complexa parte do banco fora dos EUA. Pearson disse que houve benefícios na manutenção de funcionários com amplos conhecimentos sobre o Lehman. Todas as bonificações, disse ele, estão ligadas ao foco dos administradores na maximização do dinheiro devolvido aos credores. Os administradores chegaram a considerar o pagamento de bônus a funcionários em reivindicações contra o Lehman. Mas a ideia não foi adiante graças a problemas técnicos na compra das reivindicações.
As operações europeias do Lehman empregam cerca de 440 pessoas, mais que as 360 pessoas que a PwC avaliou que precisaria nove meses atrás. Quando o banco quebrou, em setembro de 2008, suas operações europeias tinham 5.300 funcionários. Desses, cerca de 2.800 foram transferidos para o banco japonês Nomura, depois que este adquiriu a corretora de valores do Lehman. Cerca de 1.000 foram demitidos, enquanto outros 1.000 conseguiram outros empregos. Os que permaneceram estão tentando desembaraçar e avaliar os milhões de negócios que constam nos livros do Lehman, alguns dos quais valem potencialmente centenas de milhões de dólares.