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18 de abril de 2024As gírias usadas por quadrilhas e gangues, o jargão da polícia, o linguajar das ruas… A Venezuela tem visto surgir expressões características da violência cotidiana à qual seus moradores estão expostos.
– \’Barrio\’ ou \’barriada\’: A palavra em espanhol usada para a urbanização se transformou pouco a pouco, tornando-se o equivalente a \”favela\” em português. Tratam-se de urbanizações carentes, em geral construídas em morros ou áreas pantanosas. Comunidades que por si já eram marginalizadas, agora estão urbanizadas em sua maioria com ruas, casas de alvenaria, água e energia elétrica. Os líderes dos grupos criminosos vivem frequentemente no topo dos morros e nas casas mais luxuosas.
– Zona de paz: Inicialmente, as zonas de paz foram instauradas pelas autoridades em 2013: tratavam-se de territórios onde a polícia não podia entrar em troca de que os grupos ou as gangues criminosas não cometessem mais crimes. O sistema permitiu que o crime prosperasse. Hoje, se chama de \”zona de paz\” aqueles locais aonde a polícia não vai mais.
– \’Vacuna\’: (vacina) extorsão que os grupos criminosos cobram dos comerciantes da área onde operam. É o equivalente ao \”pizzo\” ou ao \”imposto revolucionário\” cobrados pelo crime organizado em alguns países. Na Venezuela, quem paga a \’vacuna\’ está protegido. É uma das principais fontes de financiamento do crime.
– \’Sapo\’: Informante, delator. Refere-se aos informantes da polícia, mas também àqueles que falam com a imprensa ou inclusive comentam ou criticam publicamente os grupos criminosos. Por essa razão, as comunidades são frequentemente áreas silenciadas, onde as pessoas falam com reticência sobre o que acontece.
– \’Causa\’: Amigo, colega. A palavra vem do jargão jurídico. Uma \”causa\” é um caso judicial. Aqueles que cometem o mesmo crime se chamam de \”causas\” entre si. À medida que se expandem, muitos membros de grupos criminosos se chamam uns aos outros desta forma para mostrar que são litigáveis e se orgulham disso.
– \’Bruja\’: (bruxa) A princípio, refere-se ao nível mais baixo da população carcerária: estupradores, assassinos de crianças, pedófilos, mas também aos criminosos sem vínculos a uma organização. Na prisão, são confinados no \”brujazo\” (bruxaço) – o lugar onde ficam os \’brujas\’ – para evitar ser agredidos ou violentados pelos demais detentos. Por extensão e desprezo, o insulto também é usado para os policiais.
– Caramelos: Projéteis de arma de fogo. Já uma \’piña\’ (abacaxi) refere-se a uma granada de fragmentação e uma \”pêra\”, a uma bomba de gás lacrimogênio.
– \’Ochentear\’: (oitentear) Matar um criminoso. Nos primórdios, \”80\” era o código da polícia para identificar um marginal executado. O número foi transformado em verbo. \”Cuadrar\” (enquadrar) é outro termo que a polícia usa quando executa um criminoso e altera a cena para que pareça legal.
– \’Los de arriba\’: (os de cima) Trata-se de uma alusão à localização geográfica das pessoas. Os grupos criminosos floresceram nas comunidades instaladas nos morros. Seus membros ficam, estrategicamente, no topo para observar melhor, mas também para que a polícia precise entrar na comunidade e se expor mais para chegar até eles. Ao contrário, \’Los de abajo\’ (os de baixo) são, em geral, policiais ou funcionários públicos.