A Receita Federal e a Polícia Federal prenderam 15 pessoas nesta sexta-feira (22) pela Operação Reluz, que desmontou um esquema de sonegação de impostos comandado por uma distribuidora de cigarros em São Paulo. Segundo a Receita, o esquema se estendia a outros nove Estados, com sonegação estimada em pelo menos R$ 100 milhões.
Entre os presos está uma auditora fiscal de Osasco (SP), cujo nome não foi informado. De acordo com a Receita, ela repassava à quadrilha informações sigilosas sobre as reuniões da entidade. Também foram detidos contadores, diretores e proprietários de duas fábricas de cigarros localizadas em São Paulo: a Sudamax, em Cajamar, e a Itaba, em Barueri.
A ação, que contou com 87 servidores da Receita e 228 policiais, teve como alvo uma distribuidora laranja chamada Huss Willians, com sede em Barueri (São Paulo) e atuação no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Pará e Rondônia. As operações, que consistiam em conseguir liminares para garantir a venda de cigarros, envolviam em escritórios de contabilidade, indústrias de cigarros, residências e escritórios de pessoas físicas.
Outras empresas do ramo de bebidas, principalmente cervejarias, também utilizavam a distribuidora laranja criada por essa mesma quadrilha. Entre os crimes estão sonegação, utilização de selos de IPI falsos, falsificação de marcas e crimes contra o sistema financeiro, como lavagem de dinheiro.
De acordo com a área de Inteligência da Receita, um dos líderes do esquema é membro de uma família da elite do interior de Minas Gerais.
A PF informou que o dinheiro dos golpes era sacado na boca do caixa ou transitava por contas laranjas. A Receita constatou que os valores eram gastos em cassinos clandestinos ou aplicados em bens (imóveis de alto padrão, fazenda, carros de luxo, aeronaves), muitas vezes colocados em nome de terceiros ou mantidos no nome das concessionárias que os vendiam.
Em outubro do ano passado, a PF havia prendido 97 pessoas em uma operação chamada \”Bola de Fogo\”, que desmantelou uma quadrilha de falsificação e contrabando de cigarros que tinha ramificações em 11 Estados e até uma fábrica no Paraguai. Á época, a Sudamax foi considerada como uma das mentoras do esquema.
Fonte: Folha Online