De olho em benefícios, prostitutas suecas querem pagar impostos
17 de setembro de 2008Projeto regulamenta funcionamento da Comissão de Inteligência
19 de setembro de 2008Titular do conjunto de edifícios públicos mais luxuosos e requintados da capital federal, o Poder Judiciário planeja a construção de pelo menos mais 83 edifícios pelo país afora no próximo ano, além de modernização e ampliação de outros já existentes. Alguns, mais modestos, como a construção do edifício-sede da Justiça Federal em Foz do Iguaçu, no Paraná, devem custar não mais que R$ 200 mil, pelo menos em 2009. Outros, no entanto, têm R$ 130 milhões orçados, caso da construção do edifício-sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. No total, as obras no Poder Judiciário previstas no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para o próximo exercício devem valer R$ 361,3 milhões (veja tabela).
Em três ou quatro anos, o setor de administração federal sul em Brasília deve receber pelo menos mais dois monumentos assinados por Oscar Niemeyer. São as novas sedes do TSE e a do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que devem custar juntas em torno de R$ 800 milhões. Mas para 2009 estão previstos unicamente R$ 30 milhões para o TRF-1. O local onde os edifícios serão construídos já abriga as sedes do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), transformando a região em um verdadeiro recanto forense.
O Tribunal Regional da 1ª Região terá quase 169 mil metros quadrados, distribuídos entre gabinetes dos desembargadores, biblioteca, plenários, salão nobre, galeria de presidentes e serviço médico e odontológico. Além disso, ainda abrigará creche, bancos, lojas, restaurante, entre outros. Para se ter uma idéia da grandeza da obra, a área construída da nova sede, equivale ao dobro do tamanho do estádio olímpico Tianjin, na China, com 78 mil metros quadrados e que abrigou 12 jogos de futebol nas Olimpíadas deste ano, além de ter sido sede da Copa do Mundo de futebol feminino em 2007.
A data prevista para o término das obras no TRF-1 é dezembro de 2012. Os trabalhos no tribunal, que deve abrigar 51 ministros, iniciaram-se no segundo dia deste ano. Até julho, data em que foi feito o último balanço técnico, a nova sede tinha concluído 2,63% do espaço físico. O TRF-1 integra o conjunto de órgãos da Justiça Federal, que conta com a Justiça Federal de Primeiro Grau e os Tribunais Regionais Federais da 1ª a 5ª Região. Já a nova sede do TSE, bem mais adiantada, deve ter até o final do ano 45% de execução da obra, sendo que o prazo final está estimado para meados de 2010.
Contudo, não é só Brasília que receberá novos projetos arquitetônicos. Onze estados brasileiros também devem ganhar novas sedes da Justiça Federal. Entre aqueles onde as obras terão o menor custo está Vitória da Conquista, na Bahia, e em Blumenau, Santa Catarina, no valor de R$ 200 mil. Entre aqueles mais dispendiosos, estão a construção do edifício em Macaé, no Rio de Janeiro, e em São José dos Campos, São Paulo, respectivamente, R$ 2,1 milhões e R$ 2 milhões. No conjunto do Judiciário, sobre a maior fatia de recursos para ser aplicada em obras, a Justiça Eleitoral larga bem à frente do segundo colocado, a Justiça Federal, que tem sob sua rubrica R$ 98,8 milhões. A Justiça Eleitoral, se aprovado o PLOA para 2009 sem nenhuma ressalva do Congresso, vai contar com R$ 141,7 milhões em caixa para desenvolver os projetos de reforma, ampliação e construção de edifícios.
Do total de recursos para o Tribunal Superior Eleitoral, 85% já estão comprometidos com o financiamento da nova sede do TSE, construída no recanto forense de Brasília. Além das obras físicas, o orçamento do órgão conta com outros R$ 10 milhões para a implantação do Sistema de Automação de Identificação do Eleitor.
Segundo o secretário de Planejamento, Orçamento, Finanças e Contabilidade do TSE, Ronaldo Vilar de Castro, a nova sede do Tribunal e o sistema de automação são pleitos antigos, que se consolidaram no decorrer dos últimos cinco anos, sobretudo, com a melhoria do cenário fiscal do governo federal, que, segundo ele, influencia diretamente os limites orçamentários para o Poder Judiciário.
Sobre o projeto de Implantação de Identificação do Eleitor, o secretário conta que três municípios já receberam projetos-piloto. “Os municípios foram escolhidos aleatoriamente nos estados de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rondônia”, expõe. “O projeto visa à identificação biométrica do eleitorado brasileiro com o fim precípuo de garantir maior confiabilidade e legitimidade ao sistema eleitoral”, explica. De acordo com Ronaldo Vilar, o planejamento preliminar prevê a implantação do sistema em cerca de cinco anos.
A nova tecnologia de identificação do leitor visa ampliar a segurança ao voto. Devem ser desenvolvidas urnas biométricas, que processarão o voto a partir da identificação biométrica do eleitor. Isto é, a primeira etapa é o cadastro dos eleitores, quando são coletadas as impressões digitais de todos os dedos das mãos, além da fotografia. No dia da votação, após a apresentação dos documentos pelo eleitor, a identidade dele será ratificada por meio do reconhecimento biométrico de sua impressão digital evitando, desta forma, dúvidas quanto à identidade de cada eleitor.
Nos estados em que a nova modalidade funciona em fase de testes, cerca de 45 mil eleitores foram cadastrados. O restante dos recursos para obras do Tribunal Superior Eleitoral será, sobretudo, para a construção de cartórios eleitorais em nove estados: Acre, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia e Tocantins. “A alocação de recursos ocorre mediante a avaliação das necessidades de cada região”, esclarece o secretário, questionado sobre o porquê destes estados serem beneficiados com novos cartórios. O novo Judiciário
Os órgãos da Justiça com novas edificações previstas para o próximo ano são: Justiça Federal, Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho e Justiça do Distrito Federal e Territórios. Só em construção de novas edificações propriamente ditas, o Judiciário deve gastar R$ 288,2 milhões. Vale ressaltar que nem todos os órgãos pleiteiam no PLOA recursos para a construção de novos prédios.
Na instância máxima de justiça do país, o Supremo Tribunal Federal, não haverá nenhuma nova construção. Os investimentos devem ser destinados apenas à recuperação e modernização das instalações dos edifícios já existentes e devem custar R$ 4 milhões em 2009. As obras no Supremo incluem a reforma do túnel de ligação entre os edifícios sede e anexo I, além da reforma da central de ar-condicionado e a modernização dos elevadores no edifício anexo II.
Na Justiça do Trabalho, por sua vez, quase todos os Tribunais Regionais do Trabalho têm programado novos edifícios, que totalizam pouco mais de R$ 43 milhões. O Orçamento geral para da Justiça do Trabalho, que inclui modernização de instalações, ampliação de fóruns, entre outros, está avaliado em R$ 79,7 milhões. A maior fatia de recursos do orçamento da Justiça do Trabalho está destinada ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), que conta com R$ 21,8 milhões. A verba será alocada na modernização de instalações físicas da Justiça do Trabalho.
Já a Justiça do Distrito Federal e dos Territórios conta com R$ 35,4 milhões que devem ser distribuídos entre três projetos do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Entre eles, a construção do edifício-sede das varas de Fazenda Pública e de Execução Fiscal no DF e a implantação de Varas Comuns e de Juizados Especiais Cíveis e Criminais.
Compra de equipamentos e modernização do sistema
Para a implantação do Sistema Integrado de Gestão da Informação no Judiciário (E-Jus), que informatiza todo o Judiciário, serão desembolsados R$ 185 milhões no ano que vem, divididos entre o Supremo Tribunal Federal (STF), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), a Justiça Federal de 1º Grau, a Justiça Militar e a Justiça do Trabalho.
A implantação do E-Jus no STF vai custar quase R$ 9,4 milhões. A maior parte dos gastos com o sistema será destinada aos honorários dos técnicos que vão desenvolver e implantar o E-Jus. O pagamento aos profissionais será de R$ 7,5 milhões. O restante, R$ 1,8 milhão, vai ser para a compra de equipamentos como impressoras para cartões smart card e mídias para certificação digital, totalizando R$ 1,8 milhão.
No orçamento do CNJ, para projetos, estão previstos R$ 77,1 milhões para duas atividades: implantação do Sistema Integrado de Gestão da Informação e a modernização da infra-estrutura de tecnologia da informação brasileira. O Contas Abertas entrou em contato com o Conselho Nacional de Justiça a fim de saber, detalhadamente, os benefícios do novo sistema unificado da Justiça, bem como o prazo para a integração total. Outro questionamento do CA foi saber de que forma será feita a modernização da infra-estrutura tecnológica. No entanto, até o fechamento da matéria, o órgão não comentou o assunto.