Para garantir um crescimento de 4% em 2009, objetivo assumido como meta pelo governo, foram anunciadas, ontem, três medidas de incentivo ao consumo e uma para aliviar o mercado de crédito doméstico. \”Estas não serão as últimas medidas\” e \”faremos o que for necessário\”, foram as garantias dadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, aos 29 empresários que estiveram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e, mais tarde, nas entrevistas à imprensa. Ele abriu, inclusive, a possibilidade de flexibilizar regras do mercado de trabalho – uma demanda antiga do setor privado, relembrada no encontro com Lula. Mantega citou a redução da jornada de trabalho como um exemplo do que poderia ser decidido.
Com a nova tabela do Imposto de Renda Retido na Fonte, que terá alíquotas de zero, 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%, o governo deixará nas mãos dos assalariados R$ 4,9 bilhões de um pacote de renúncia fiscal de R$ 8,4 bilhões para 2009. Com a redução do IPI dos automóveis (motores até 2.0) pela metade, a diminuição do IOF para o crédito ao consumidor de 3,38% para 1,88% ao ano e a oferta de linha de crédito para empresas com dívidas que vencem entre setembro de 2008 e dezembro de 2009 o governo espera contribuir com pelo menos 0,3% do PIB do próximo ano.
Admite-se que poderá haver recessão, entendida como dois trimestres consecutivos de PIB negativo em comparação com os trimestres imediatamente anteriores. Isso poderá ocorrer entre o último trimestre deste ano – com queda de 1% – e o primeiro do próximo. A partir daí, o PIB se estabilizaria e retomaria o crescimento no segundo semestre.
Aos empresários, o pedido foi para que não demitam empregados, porque o governo atuará para sustentar o nível de atividade – o que não significa nenhum compromisso, mas um esforço do setor privado.
\”Se vocês confiarem, em três a quatro meses o crescimento recomeça e todos sairemos bem\”, disse Mantega. \”Confiem, o governo tem bala na agulha para sustentar um PIB de 4%. Isso não é uma previsão, mas uma meta a alcançar\”, acrescentou.