O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu que a elevação de taxas de juros em economias emergentes que reagiram rapidamente à crise mundial pode gerar bolhas especulativas. Com o cuidado de não assinalar individualmente os destinatários da mensagem, entre os quais o Brasil certamente figuraria, o aviso consta das conclusões e recomendações do estudo “O Comportamento das Economias Emergentes Durante a Crise Global”, divulgado ontem. Há 12 dias, ao analisar o documento, a diretoria-executiva do Fundo reiterou a mesma advertência.
O estudo traz uma análise do comportamento de 57 economias emergentes durante a crise global que eclodiu em setembro de 2008. Apenas os casos da Indonésia, Rússia e Filipinas foram singularizados. Embora não mencionado, o Brasil estaria no bloco dos países analisados que, como a Indonésia, apontava baixo grau de vulnerabilidade fiscal e externa quando a crise eclodiu e conseguiram contornar rapidamente seus efeitos.
De acordo com o texto, o excesso na calibragem da taxa de juros nesse grupo de países pode levá-los a remédios mais amargos para controlar a injeção de capitais. A advertência tem como fundamento a perspectiva de que a inflação entre esses emergentes retorne ao patamar de 2005, puxada pelos preços das commodities e da energia.