O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a dizer nesta segunda-feira, 23, em São Paulo, que é muito importante a estratégia de se rever alguns benefícios fiscais no arcabouço econômico que a nova equipe econômica está propondo. Segundo ele, o custo de R$ 100 bilhões de benefícios fiscais por ano é muito dinheiro.
“O ajuste que vamos fazer agora está absolutamente dentro da nossa capacidade”, disse o ministro, em evento em São Paulo. De acordo com o ministro, “temos condições de fazer uma reengenharia da nossa economia sem dificuldades”. Ainda segundo ele, o ajuste vai exigir “certa imaginação” e “esforço”, mas ele salientou que não há nada de problemático na economia.
Para o ministro, o seguro-desemprego, por exemplo, visa o inesperado e não é para garantir um sistema de suporte. “Mudanças foram feitas para tornar estes instrumentos mais focados e mais fortes”, disse.
O ministro da Fazenda reiterou que o desequilíbrio fiscal de 2014 tem sido corrigido. Disse que o déficit fiscal de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) não é muito sustentável e que 2% do PIB de primário é um nível aceitável. “Nossa dívida bruta reflete a aquisição de ativos como as reservas internacionais”, disse o ministro, citando as reservas como exemplo dos ativos.
Parte da dívida brasileira, segundo Levy, tem como lastro empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Pode se dizer que trata-se de um lastro bastante sólido”, afirmou, ressaltando que é importante que as dívidas bruta e líquida do País entrem numa trajetória mais segura. Para ele, a diminuição da dívida pública tende a favorecer o crédito privado. “Mas é muito importante termos estratégias alternativas”. O ministro voltou a afirmar que para uma participação maior do mercado é importante a sinalização do lado fiscal.