O governo bem que tentou, mas não conseguiu convencer os economistas de que o pacote para evitar o racionamento de energia e o aumento da conta de luz é factível. Depois de uma reunião com os secretários de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, e do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ontem, em Brasília, 13 representantes de instituições financeiras saíram convencidos de que há mais dúvidas do que certezas sobre os rumos do setor elétrico. O principal questionamento é sobre como será paga a conta de mais de R$ 21 bilhões que será sustentada pelos contribuintes e por empréstimos bancários.
Os economistas acreditam, porém, que o custo desse empréstimo será alto e pesará bastante no bolso do consumidor no ano que vem, sobretudo por causa do movimento de alta dos juros. O economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, José Márcio Camargo, argumentou que as distribuidoras não têm garantias para fazer os empréstimos e ressaltou que, para que isso ocorra, seria necessário mudar a regulamentação de modo que elas possam oferecer os recebíveis como garantia. Segundo ele, os secretários do governo reiteraram a afirmação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que não haverá reajustes da tarifa de energia elétrica neste ano.