O Fundo Monetário Internacional (FMI) provavelmente reavaliará para baixo as suas previsões para o crescimento dos países em janeiro, informou ontem John Lipsky, diretor gerente do FMI. \”Receio dizer que em janeiro nós teremos que rebaixar nossas previsões.\”
Em novembro, o FMI refez os cálculos das previsões de outubro e estimou que o crescimento mundial seria de apenas 2,2%. O Fundo considera recessão mundial um crescimento anual inferior a 3%.
Lipsky notou que quase todas as economias desenvolvidas do mundo estão meio de uma recessão e ainda não houve nenhuma reviravolta importante nos mercados financeiros. \”Os governos precisam tomar mais medidas para apoiar suas economias, evitando um processo de deflação, especialmente nas economias emergentes que sofrem com a fuga de capitais.\”
As taxas de juros de alguns países, como Estados Unidos e Japão, já estão muito baixas e a ampliação fiscal é necessária nestes e outros países. Todavia, Lipsky disse estar confiante que os esforços para a estabilização econômica farão com que a economia mundial se recupere até o fim de 2009.
O diretor geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, insistiu no apelo para os países, que puderem, adotem medidas de expansão fiscal com o objetivo de estimular a economia mundial em colapso.
O chefe do Fundo lembrou que os Estados Unidos, a União Européia e a China já deram um passo à frente com medidas de expansão fiscal, e reiterou que o estímulo equivalente a 2% do produto interno bruto está em ordem. \”A política fiscal anticíclica não é necessariamente aconselhável em todos os países, particularmente naqueles com maiores vulnerabilidades ou onde a sustentabilidade das dívidas seja um grande preocupação\”, disse Strauss-Kahn em discurso, ontem, a representantes do setor privado jamaicano.