Os cientistas da Universidade de East Anglia (Reino Unido) envolvidos no ano passado no episódio apelidado de “Climagate” não agiram de má-fé, concluiu um inquérito independente.
Entre os inocentados está Phil Jones, diretor da Unidade de Pesquisa Climática da universidade. Ele se afastou do cargo depois que milhares de e-mails roubados do servidor da universidade vieram a público, lançando suspeitas sobre a honestidade da ciência do clima.
No mais famoso dos e-mails, Jones diz a um colega que tinha usado um “truque” para “esconder o declínio” das temperaturas. Outros e-mails punham em dúvida a transparência e a qualidade dos registros de temperatura feitos pela universidade, que baseiam modelos de clima usados pela ONU.
O inquérito foi liderado por Ron Oxburgh, ex-líder do comitê de Ciência da Câmara dos Lordes, e envolveu especialistas de várias instituições, a pedido da própria universidade. O objetivo era avaliar se os cientistas tinham manipulado dados para ressaltar o peso humano no aquecimento global.
Foram examinados 11 trabalhos científicos publicados pelos climatologistas de East Anglia em 20 anos. O relatório diz que, ainda que fossem “um pouco desorganizados”, e não compartilhassem dados, os climatologistas não fraudaram estudos.
O comitê, porém, não deixou de fazer algumas críticas. Entre elas, a de que o grupo deveria ter se aproximado mais de estatísticos, o que teria aumentado a precisão de suas conclusões sobre tendências climáticas.
Em março, outra investigação, do Parlamento britânico, dizia que os cientistas não tinham fraudado pesquisas. Ainda há um terceiro inquérito em andamento.