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18 de abril de 2024A demora na capitalização da Petrobras, na forma de venda pela União de 5 bilhões de barris de petróleo para a empresa, pode colocar em risco o “grau de investimento” da companhia, já que o endividamento deve crescer.
Nas estimativas de analistas, a alavancagem pode superar 35% no fim de 2011 ou início de 2012, dependendo do ritmo de investimentos e do preço do petróleo. Pelo balanço até o terceiro trimestre de 2009, a alavancagem da companhia estava em 27%.
A tendência é aumentar esse percentual à medida que forem tomados mais empréstimos para financiar os investimentos bilionários no pré-sal. Conforme adiantou ontem o Valor, a Petrobras poderá usar uma linha de crédito de R$ 20 bilhões reservada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) caso o Congresso não vote até abril o projeto de lei que prevê a cessão onerosa dos barris de petróleo e a subsequente capitalização da empresa.
Com a capitalização, entraria dinheiro novo e “livre” aliviando a pressão sobre o caixa. A Petrobras investe US$ 100 milhões por dia e isso é mais dinheiro do que ela é capaz de gerar atualmente.
Como explicou o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, saindo a capitalização a companhia não deve usar nenhum empréstimo do BNDES em 2010 ou mesmo 2011, apesar da linha de R$ 20 bilhões pré-aprovada. Sem a capitalização, o empréstimo pode ser necessário para que a companhia possa trabalhar com mais segurança, explicou o diretor.
O banco Credit Suisse avalia que a capitalização da Petrobras pode chegar a US$ 50 bilhões (sendo a maior parte, ou US$ 30 bilhões, proveniente do governo), considerando um preço de US$ 6 para cada barril de petróleo que for cedido pela União. A certificação dessas reservas é outra preocupação do mercado, que exige uma avaliação “justa” quanto a volumes.
Tudo indica que esse petróleo esteja em áreas da União sujeitas à unitização com reservatórios já descobertos pela Petrobras ou em áreas contíguas a eles no pré-sal da Bacia de Santos.
A Petrobras contratou a empresa de consultoria DeGolyer & MacNaughton (já responsável pela certificação de reservas da estatal) para certificar esses barris. A empresa contratada pelo governo deve ser a também americana Gaffney, Cline.
O objetivo de ter duas consultorias é permitir uma maior transparência no processo e mais segurança para minoritários da empresa e para o governo. O contrato entre a Petrobras e a União para compra dos 5 bilhões de barris deve prever uma revisão em 12 ou 24 meses para ajustar possíveis incorreções quanto a volumes, custos de exploração e produção entre outros.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse ontem ter esperança de que o Congresso aprove a capitalização da Petrobras e que a operação seja efetuada com sucesso. Por isso, considera prematuro falar a respeito da possibilidade de um novo empréstimo à estatal (de R$ 20 bilhões).
Ele afirmou, porém, que na hipótese de ser necessário o banco vai analisar a questão em conjunto com o Tesouro Nacional considerando várias possibilidades, já que a Petrobras é uma empresa com acesso ao mercado. “Entre o empréstimo e a capitalização, eu gostaria de ver a capitalização em curso”, declarou Coutinho.
No momento, o assunto da antecipação de crédito à estatal não está sendo estudado na instituição e não houve até agora manifestação da Petrobras a respeito, nem oficialmente por meio de carta consulta ao BNDES nem via conversa informal com o presidente, segundo Coutinho. Para ele, a capitalização seria mais saudável para a Petrobras do que um empréstimo. “A capitalização reforçará a estrutura de capital da empresa”, argumentou.
Coutinho afirmou que a instituição tem intenção de acompanhar o aumento de capital da Petrobras por considerá-la uma empresa extremamente promissora e o pré-sal uma oportunidade relevante para o desenvolvimento do Brasil, do ponto de vista de assegurar riqueza para as futuras gerações e também permitir o desenvolvimento de uma grande cadeia produtiva no país.
“Examinaremos e poderemos até comprar, se o mercado oferecer, além do direito de preferência que a BNDESPar e o BNDES têm naturalmente”, frisou. Atualmente a participação do banco de fomento na estatal é de 7,7%.