Collapsed Lehman pays out big bonuses
22 de dezembro de 2009A Ponzi scheme that works
24 de dezembro de 2009O apetite dos investidores estrangeiros pelos títulos da dívida brasileira cresceu em novembro, mesmo com a cobrança de 2% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a partir de 20 de outubro. Dados do Tesouro Nacional divulgados ontem mostram que a fatia da dívida com esses investidores subiu de 7,68% em outubro para 7,77% no mês passado, o que representa R$ 104 bilhões em mãos de aplicadores estrangeiros. Novembro foi o primeiro mês inteiro em que o capital estrangeiro foi submetido à nova taxação.
O coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Fernando Garrido, comentou que a cobrança de IOF sobre o capital estrangeiro teve pouco impacto sobre os indicadores porque esse investimento se trata, na maior parte dos casos, de uma aplicação de longo prazo.
Ele evitou estimar qual seria o porcentual de estrangeiros na dívida doméstica caso o governo não houvesse determinado a cobrança de IOF. “É difícil fazer ilações, mas o que podemos imaginar é que a participação nos títulos de prazos mais curtos poderia ser maior”, disse. Isso porque, alegou ele, a cobrança de 2% sobre um título de curto prazo, como o de seis meses, por exemplo, é mais significativa do que a mesma cobrança sobre um papel com vencimento maior. “Há diluição ao longo do tempo.”
O coordenador previu também que a participação estrangeira na dívida tende a crescer nos próximos anos. “A experiência internacional mostra que essa fatia é de 10% ou mais”, comparou, acrescentando que esse movimento já vem sendo verificado no caso brasileiro, de forma gradativa, nos últimos anos.
PERFIL POSITIVO
Apesar das eleições presidenciais em 2010, Garrido afirmou que o próximo ano não deve apresentar grandes dificuldades para a gestão da dívida porque o perfil do endividamento está “bem melhor” que nos últimos anos eleitorais.
Para reforçar essa avaliação, ele afirmou que as metas para a redução do endividamento em 2010 serão “mais rígidas” que as estabelecidas em 2009, porque o próximo ano deve ser mais tranquilo do ponto de vista econômico. Em 2009, lembrou, o planejamento foi alterado porque a economia passava pela maior crise dos últimos anos.
O Tesouro também anunciou que a dívida interna aumentou 1,39% na comparação com outubro e atingiu R$ 1,389 trilhão em novembro. Boa parte do crescimento foi gerado porque a economia feita pelo governo durante o mês não foi suficiente para pagar todo o juro da dívida já existente e a despesa, que somou R$ 11,1 bilhões, teve de ser adicionada ao montante. Além disso, o órgão emitiu novos títulos públicos, que somaram R$ 7,9 bilhões.
