GOVERNO
BRASILEIRO EXIGE QUE EMPRESA BRASILEIRA NÃO TENHA
LUCRO
Dr. Édison Freitas
de Siquiera*
Parece contraditório,
mas o governo brasileiro vem exigindo dos
empresários uma gestão contrária ao lucro.
Enquanto, nas economias mais importantes e
sólidas do mundo, busca -se demonstrar
que as empresas estão tendo lucros e crescimento,
fato que justifica investimento por parte
dos capitais mundiais que geram riqueza, no
Brasil se faz exatamente ao
contrário.
Não é por
acaso que um dia de movimento das bolsas de
valores de New York, Londres e Tóquio representa o
que nossas bolsas de valores de São Paulo e Rio de
Janeiro, juntas, não alcançam num ano todo.
Tampouco não é por nada que o PIB
de um único estado americano pode representar
ativos superiores a todo PIB nacional brasileiro.
No Brasil a tributação
sobre o lucro de uma empresa é próxima a 35%. Além
de ser uma carga tributária excessiva, ela
ainda convive, entre outros, com encargos
sociais e outros impostos que incidem
sobre o faturamento, salários, patrimônio,
transferência de patrimônio, transações
financeiras e transferência de capitais,
retirando toda competitividade
internacional e capacidade de crescimento.
Assim, ao
invés dos executivos brasileiros
buscarem gestão voltada a resultados, mostrando
lucros que atrai a m investidores , tal
qual acontece no resto do mundo
civilizado, deparam-se com a
necessidade de adequar todo o processo de
uma empresa de maneira que
ela tenha resultados, mas não gere
lucros.
O executivo
brasileiro que não utilizar todos os remédios
legais para reduzir lucro, além de
inviabilizar a empresa no futuro, com certeza será
demitido de sua função , por manifesta
incompetência .
Portanto, juros sobre
capital próprio, correção de imobilizados,
reservas disto e daquilo, deságio,
ágios, prejuízos acumulados e de exercício ,
compensações, repetições de indébitos tributários
, REFIS, PAES, lucro
presumido versus lucro real,
reorganização societária e
planejamento tributário , deixaram de ser questões
isoladas da seara contábil
e passaram a constituir ato de
gestão. O que era para ser acessório,
passou para o mesmo nível de grandeza da própria
operação da empresa.
É indispensável
revelar este fato, uma vez
que toda empresa, empresário ou
executivo que deseje singela e
sinceramente transformar seu crescimento em
lucro, com certeza irá perder
competitividade ao longo do tempo , além de
prejudicar acionistas .
No Brasil, bem
gerir o lucro , é diminuí-lo ou
extinguí-lo. Uma empresa bem
administrada é aquela que cresce em
faturamento, mas não em lucro . Lucro é
sinônimo de custo maior, fator que inviabiliza
concorrência em um mercado globalizado.
Em nosso país,
lucro é objetivo e
privilégio de empresas que detenham mercados
monopolizados , ou para
aquelas que não trabalhem com administração
estratégica e planejamento tributário.
Enquanto isso, empresas
brasileiras ficam
obrigadas a especializarem-se
em marketing estratégico, única forma
de explicar ao mercado mundial que uma empresa não
lucrativa é uma empresa sólida
e bem gerida !
- Coisas da ilha
chamada "Brasil”, onde lucro, custo e os
resultados do Planejamento Tributário, determinam
o sucesso e o insucesso de uma
empresa! |