Pelas regras, todo investidor que alcançar uma participação igual ou maior que 5% de uma determinada classe de ativo deve fazer um comunicado ao mercado, informando o percentual comprado e o objetivo da posição. Porém, como no país o administrador muitas vezes não é o gestor, mas apenas o representante legal de um fundo, a informação do comunicado pode ficar um tanto nebulosa.
Em instituições que têm áreas tanto de administração de fundos de terceiros como gestão de fundos próprios – caso da Mellon e da CSHG, por exemplo – , muitas vezes não se consegue saber em qual carteira está de fato a participação. Ou muitas vezes pode parecer que o administrador, que é quem tem que fazer o comunicado, é o detentor da parcela, quando na verdade é apenas o representante legal.
Para ter uma ideia um pouco mais clara das estratégias de gestão é preciso observar os avisos de comunicação relevante em conjunto com as divulgações das carteiras dos fundos, que também são obrigatórias, embora com defasagem de três meses. O problema, conforme alguns especialistas, é com relação aos fundos estrangeiros. Desses não se consegue ver a carteira e muitas vezes são desconhecidos até para o mercado.
O sócio da CSHG Luis Stuhlberger diz que o modelo dessa divulgação poderia ser mais debatido pelo mercado para gerar mais clareza. A CSHG possui cerca de R$ 30 bilhões sob administração, mas parte disso é relativa a fundos de terceiros e a carteiras administradas para clientes \’private\’. Ou seja, nem tudo está sob as estratégias de gestão da própria CSHG.
\”Costumo dizer que de algumas dessas carteiras nós somos só um zelador, não temos interferência nas decisões\”, afirma ele, acrescentando que o fato de a divulgação ser feita pela instituição como um todo pode acabar levando o mercado a confundir as posições de fundos dos quais a CSHG é apenas administradora com as de carteiras de gestão própria.